Profissionais de saúde reforçam combate a endemias diante dos impactos das mudanças climáticas em Santarém
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Encontro reúne agentes e médicos para atualizar estratégias de contra endemias
Profissionais de saúde, médicos e universitários participaram nesta quarta-feira (29) de mais uma etapa das ações de reforço no combate às doenças endêmicas em Santarém, no oeste do Pará. A preocupação com essas enfermidades cresce à medida que os efeitos das mudanças climáticas se intensificam, alterando o comportamento dos vetores que transmitem doenças como malária, dengue e Chikungunya.
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Segundo o Ministério da Saúde, as doenças endêmicas — muitas delas de ocorrência rural — estão entre os principais desafios da saúde pública brasileira há quase um século. Na Amazônia, essa realidade se torna ainda mais complexa por conta das condições ambientais e sociais.
De acordo com Gilvane Dourado, coordenador da Vigilância Ambiental de Santarém, o cenário climático atual exige uma revisão das estratégias de enfrentamento. Ele destacou que as transformações no clima também provocam alterações no comportamento dos vetores.
“As mudanças climáticas trouxeram novas formas de enxergar as doenças endêmicas. Nós temos que traçar novas estratégias para que a gente possa trabalhar a questão dessas doenças”, explicou.
Agentes e médicos reunidos no encontro.
Reprodução/TV Tapajós
O médico e pesquisador Bernardo Cardoso, que já percorreu o Pará em busca de soluções para reduzir os índices de malária, também participou das discussões. Ele ressaltou que a transmissão da doença está diretamente ligada ao deslocamento humano.
“Não é o carro que leva a malária, são as pessoas. E como nós temos em toda a Amazônia, o transmissor, que é o mosquito, então esse daí vai transmitir. Basta um lhe picar, e você tá doente, ele vai picar mais 15 pessoas", observou.
Além da malária, o Ministério da Saúde destaca a dengue como outra doença endêmica de grande preocupação na região. A Secretaria de Estado da Saúde do Pará tem orientado agentes e pesquisadores sobre a importância de se manterem atualizados para combater os insetos vetores e aprimorar o trabalho de prevenção.
O encontro em Santarém reuniu profissionais e estudantes para compartilhar experiências e reforçar a conscientização sobre os riscos das endemias amazônicas. A ideia é fortalecer o conhecimento local e estimular novas formas de controle e vigilância frente às mudanças ambientais.
Ao fim das atividades, os participantes destacaram a necessidade de união entre pesquisa, formação acadêmica e ação comunitária para conter a expansão das doenças. A luta contra as endemias na Amazônia, disseram, depende tanto da ciência quanto do engajamento de toda a sociedade.
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